2009/02/12

Interpretar desenhos das crianças


Através do desenho de uma criança é possível analisar seu carater, sua personalidade, temperamento e carências. É possível também através do que a criança desenha, descobrir e reconhecer as fases pelas quais a criança está passando, suas dificuldades, bem como seus pontos positivos. Há um livro interessante “Como interpretar os desenhos das crianças” da pedagoga Nicole Bedard – Editora Isis, que poderá lhe ajudar a compreender melhor os desenhos de seu(ua) filho(a); e assim poder conhecê-lo(a) melhor. Cada criança possui um ritmo próprio e é possível que as idades variem ligeiramente.

Entre 2 e 3 anos de idade, predomina a experimentação sobre a expressão. A criança ainda não faz desenhos com significado representativo. Gradativamente a criança vai expressando traços mais significativos, o que se nota são traços leves, ou fortes, pequenos rabiscos, etc.

Entre 3 e 4 anos de idade, a criança começa a se expressar através dos seu desenhos, já tenta desenhar de acordo com a sua realidade, e conforme a própria percepção. Algumas vezes, antes de realizar s primeiro traços no papel, ela nos diz o que pretende desenhar.

A partir de 5 já escolhe a cor em função da realidade (um árvore marrom com folhas verdes por exeplo) e talvez, ao começar a escrever, perca o interesse pelo desenho, porém sua capacidade imaginativa é muito forte.

Alguns significados de alguns desenhos:

Árvore: Refere-se ao físico, emocional e intelectual da criança, Quando o tronco da arvore é alto e largo, revela que seu filho tem muita força na superação dos problemas. Quando o tronco for pequeno e estreito, revela vulnerabilidade às complicações.Se houver excesso de folhas, a criança tem grande ocupações talvez em excesso. Se houver poucas folhas, e galhos a criança está triste.

Casa: Desenho de uma casa grande, demonstra grande emotividade, se for uma casa pequenina seu filho demonstra que é uma criança retraída.

Barco: Desenhar barco significa que a criança adapta-se facilmente a imprevistos. Barcos grandes, revela que seu filho não gosta de mudanças e aprecia ter controlo da situação, se for barco pequeno seu filho é sensível, e tem grande intuição.

Flores: desenhar flores significa que seu filho é uma criança alegre e feliz.

Recomendo a leitura do livro.

2009/02/11

10 dicas para dominar práticas pedagógicas


Muitos catequistas têm dificuldade de passar do discurso pedagógico do papel para a prática. Não é para menos. Por isso, adaptei esta reportagem da revista Nova Escola, repleta de dicas preciosas para catequistas, educadores da fé. Além das novas práticas, contextualização, avaliação, etc., você vai encontrar sugestões para obter maior rendimento dos Catequizandos. Boa leitura! E bom planejamento.

1. Plano de trabalho: conhecer a turma para saber o que e como fazer
Uma turma é sempre diferente da outra. Você sabe disso. E sabe também que, ao iniciar o trabalho com um novo grupo, é fundamental conhecê-lo bem. Só assim podem-se definir com clareza as melhores estratégias e os métodos e materiais a serem usados. É disso que trata o plano de trabalho. Baseado na proposta pedagógica, ele deve também ser norteado pelo planejamento específico de cada etapa ou ciclo que varia de uma catequese para outra. "O plano de trabalho trata das especificidades e demandas de cada turma". É importante, portanto, conversar com os catequistas de cada turma; descobrir se há catequizandos na turma com necessidades especiais; se existem, por exemplo, crianças de diversas culturas, etnias ou religiões dos pais; e pesquisar o histórico catequético de cada um. Entrevistas com os pais ou responsáveis também são úteis para saber com quem a criança mora, o que faz nas horas de lazer, se tem algum problema de saúde, de que brinquedos gosta e em que escolas estuda ou estudou e como foram essas experiências. "É bom descobrir o que os pais pensam, o que esperam da catequese e o que desejam para seus filhos". No grupo, é hora de observar quem desenha bem, tem facilidade ou não para leitura, gosta de falar ou é mais tímido. Com tantas informações em mãos, você poderá elaborar estratégias adequadas para todo o grupo considerando as características de cada um. "O plano de trabalho não pode estar pronto nos primeiros dias de catequese porque exige contato prévio com catequizandos e pais". Além disso, é preciso levar em conta o seguinte: mesmo que você planeje seus encontros de acordo com os conteúdos a ser abordados, sempre haverá, ao longo do ano, a necessidade de mudar os rumos. Um dos motivos é atender às necessidades momentâneas dos catequizandos. De que adianta, por exemplo, seguir o roteiro sem abordar temas que todos vêem nas redes sociais, revistas, TV? "Os encontros consistem em uma seleção pertinente para o momento, pois os conteúdos não se esgotam".

2. Avaliação: acompanhar os catequizandos para traçar o melhor caminho
A avaliação sempre deve estar a serviço do catequizando. Isso significa que ela não tem como objetivo determinar notas, mas acompanhar a caminhada que o catequizando faz, descobrir suas dificuldades e necessidades e alterar os rumos, se preciso. Ela é constante e pode ser feita durante trabalhos em grupo, orações, atividades, jogos, dinâmicas e brincadeiras. Só que o olhar do catequista, nesses momentos coletivos, deve ser sempre para cada catequizando. "Assim se observam os interesses e os avanços de todos na turma". Ao pensar em avaliação, você pode lançar mão de atividades interativas em que existam o diálogo, a troca entre os catequizandos, a participação e a cooperação. Também é importante ter conversas individuais, olhar o portfólio (caderno), anotações e as produções de cada um, perguntar o que aprenderam e do que gostaram. O questionamento constante dá aos catequizandos a oportunidade de aprofundar as suas respostas. Para que você aproveite tudo isso, o registro diário é fundamental. "A observação só se torna um instrumento válido quando é registrada. As anotações mostram em que as crianças e adolescentes se desenvolveram e em que elas ainda precisam avançar". Você pode ainda avaliar a produção de texto individual, as manifestações dos catequizandos sobre diversos assuntos ou sobre um mesmo tema, em vários momentos e as atividades menores, individuais e freqüentes, corrigidas imediatamente. É preciso garantir que os catequizandos possam expressar sua fé de muitas maneiras (em músicas, textos, orações, gestos, pinturas, fotos). Tudo isso contribui para a aprendizagem e educação da fé. O processo é semelhante a um percurso e seu papel não é esperar os catequizandos no final. Você acompanha a turma, ajudando a ultrapassar os obstáculos do caminho.

3. Contextualização: ela vai muito além da relação com o cotidiano
Existe certa confusão sobre o significado do termo contextualizar. A primeira definição é a de que se trata de trazer o assunto para o cotidiano dos catequizandos. É também, mas não só isso. Muitos conceitos e conteúdos são contextualizados no próprio tema abordado. "Isso significa colocar o objeto do conteúdo dentro de um universo em que ele faça sentido". Entendido isso, evitam-se situações forçadas, em que o catequista se sinta na obrigação de relacionar todo e qualquer conteúdo à vida dos catequizandos. Algumas vezes, aquilo que ele não consegue contextualizar acaba até sendo excluído do conteúdo, o que prejudica e muito, a aprendizagem da turma.

4. Objetivo: só depois que ele é definido, vêm o conteúdo e a metodologia
Os objetivos que o catequista deseja alcançar devem sempre preceder sua ação. Receber os sacramentos por exemplo, não é objetivo embora seja o idealizado por muitos catequizandos e pais. Os sacramentos fazem parte do processo e estão inseridos na caminhada catequética. O ideal é estabelecer primeiro um objetivo e, depois, um caminho para alcançá-lo o que inclui definir o conteúdo e a metodologia. "É preciso ficar atento para ver se a catequese não está fazendo o contrário: definindo o caminho, que é passar um conteúdo preestabelecido, para depois pensar nos objetivos". Muitas vezes os catequistas ficam presos à obrigação de trabalhar o conteúdo preestabelecido e, ao mesmo tempo, à necessidade de fixar objetivos, mesmo que eles não façam sentido. "Aparecem situações estranhas: enquanto o objetivo é desenvolver a consciência crítica, o conteúdo a ser passado é a crase". Obviamente o que domina a cena é a crase, que o catequista pensa que tem de ensinar. O objetivo aparece apenas porque alguém disse que ele deveria estar lá. É preciso pensar no que vai ser feito e para quê. Exemplo de objetivo que norteia um trabalho: trabalhar um tema sobre a escravidão para aumentar a solidariedade e compreender mais profundamente o significado da liberdade. Esse objetivo, é bom lembrar, deve sempre estar alinhado com a proposta pedagógica da catequese. Os conteúdos e a metodologia são o caminho a ser trilhado com base no que se estabeleceu como meta.

5. Conhecimento prévio e interesse dos catequizandos: quem descobre é você
Os conteúdos abordados com o grupo devem, basicamente, contribuir para a formação de cristãos conscientes, informados e capazes de melhorar a sociedade. Por isso, é muito comum os catequistas tentarem montar seus encontros tendo como centro do trabalho o interesse dos catequizandos. Dessa maneira, eles teriam mais elementos para refletir sobre o meio em que vivem e sobre o que os cerca. Essa prática, porém, nem sempre garante bons resultados. "Ocorre até o contrário. Ao dar importância somente ao que os catequizandos já conhecem, muitas vezes os catequistas acabam caindo na superficialidade, presos a interesses imediatos". Como conseqüência, surge um conteúdo ditado pelas circunstâncias, que destaca acontecimentos pontuais e não um roteiro de trabalho construído com base na relação entre a proposta pedagógica e a realidade. "Essa questão só se resolve quando a equipe de cada catequese define os grandes horizontes pedagógicos de seu trabalho e, confrontando esses grandes ideais com a realidade e com a prática, descobre as necessidades de seus catequizandos".

6. Temas transversais: o pano de fundo do trabalho da catequese
Temas transversais não são conteúdos em si, apenas permeiam todos eles. Se a catequese decide abordar ética de maneira transversal, não pode estipular um encontro sobre o assunto uma vez e esquecer dele no restante do ano. "Esses temas precisam estar presentes em todos os conteúdos, o tempo todo, como pano de fundo do trabalho da catequese". Ao abordar os temas transversais, o catequista leva os catequizandos a refletir para que eles tenham condições de construir conceitos, em vez de apenas coletar informações a respeito. "Caso contrário, é possível que os catequizandos organizem uma coleta seletiva no bairro ou arrecadem alimentos para um asilo sem pensar no porquê de fazer aquilo". Se a catequese propõe à garotada, por exemplo, mobilizar a população e a prefeitura da cidade para fazer um poço artesiano em benefício de uma comunidade que vive na seca, é preciso, antes da ação, uma reflexão profunda. O que é a seca? Que problemas ela traz? Um poço é a melhor solução para o momento? Há outras formas de contribuir? E, principalmente, por que devemos contribuir? Não é apenas o conteúdo catequético que dá gancho a esse tipo de trabalho. "Uma notícia de jornal e até um conflito durante o encontro podem ser mote para reflexão. É um trabalho contínuo, que nem sempre depende do planejamento dos encontros".

7.Tempo didático: para não errar na dose, é preciso ter objetivos claros
Muitas vezes é difícil definir quanto tempo será gasto para desenvolver um tema, uma atividade ou um projeto. Para não errar na medida, é fundamental ter em mente três pontos: o que você quer ensinar, como cada um de seus catequizandos aprende e como você irá acompanhar e avaliar a garotada. "Se o tempo previsto der errado, é porque pelo menos um desses três itens não foi observado". Na prática, isso significa que você deve estabelecer, primeiramente, os objetivos e os conteúdos (seja para um encontro ou para um projeto mais longo). Depois, pensar nas atividades a serem desenvolvidas, baseando-se na maneira como seus catequizandos aprendem. Então, considerar que é preciso tempo para avaliar, constantemente, a produção da garotada e, dessa forma, saber se será necessário estender a abordagem de um ou outro conteúdo, sobre o qual eles apresentaram dificuldades. "É possível prever o tempo de um projeto, apesar dessas variações no meio do caminho". Por isso, é importante planejar o encerramento com certa antecedência em relação ao fim da etapa. Na catequese, evite encerrar etapas no último trimestre do ano, evitando que pais e catequizandos confundam com escola que tem seu tempo relacionado com o ano civil e principalmente o fim do ano letivo.

8.Inclusão: a catequese leva o catequizando com deficiência a avançar
Receber uma criança ou adolescente com deficiência não deve ser motivo de angústia. Cada vez mais a inclusão tem sido discutida no meio educacional, e os catequistas hoje conseguem encontrar, em parceria com os pais, a coordenação e os especialistas nas deficiências, caminhos seguros para trabalhar. "A catequese serve para ampliar os conhecimentos. Por isso, o primeiro passo é procurar saber o que o catequizando com deficiência já sabe e quais são as possibilidades que ele tem de aumentar esses conhecimentos". Procure descobrir como tem sido a experiência do catequizando, pesquisando seu histórico e trocando informações com os pais e os catequistas da comunidade. Se ele estiver recebendo atendimento educacional especializado no contraturno em alguma instituição, é importante conversar com os especialistas ao longo do período catequético para acompanhar seu desenvolvimento. Isso pode ajudar muito a planejar os encontros, definir estratégias e escolher os melhores materiais o que é bom não só para o catequizando com deficiência, mas para a turma toda. Se sua catequese já oferece esse atendimento, a parceria com um especialista se dará de maneira ainda mais efetiva. No caso de haver um catequizando cego, esse profissional pode, por exemplo, ajudar você a elaborar materiais concretos para ensinar um conteúdo próprio (com figuras feitas em relevo, com tinta plástica ou objetos coladas no papel). "O catequista deve receber esse catequizando como ele recebe todas as outras. Ele é, acima de tudo, um aprendiz, um discípulo".

9. Educação Infantil: o segredo é a autoconfiança do catequista
Ouve-se muito que o catequista de crianças da pré-catequese não pode ser autoritário e que deve se basear no interesse da turma. Mas o verdadeiro responsável pela definição dos temas e das atividades a ser desenvolvidas é ele mesmo. Deixar a cargo dos catequizandos essa escolha não é sinônimo de liberdade nem demonstra uma postura pedagógica avançada. "O catequista precisa conhecer o modo como as crianças aprendem e como se desenvolvem e levar isso em conta na hora de planejar cada encontro". Deve-se compartilhar com as crianças algumas etapas do trabalho — pois isso também ensina a estudar e a planejar —, mas sem deixar que elas tomem todas as decisões. Na construção de uma maquete, por exemplo, vale uma conversa com os catequizandos sobre o material a ser utilizado e sobre o que será representado, além de fazer com eles um cronograma, que será utilizado ao longo do trabalho. Esta é a melhor maneira de envolver as crianças e garantir o interesse pela catequese: escolher temas adequados à faixa etária, que sejam relevantes do ponto de vista cultural, esteja relacionado ao local em que a catequese está inserida e sejam propostos de forma instigante.

10. Atividades recreativas, gincanas, passeios: o programa vai além do conteúdo esportivo
Essas atividades devem trazer discussões sobre assuntos como ética, bíblia, tempos litúrgicos, cidadania, respeito às diferenças, amizade, amor e cooperação. O cuidado constante com essas questões é essencial e se aplica até mesmo durante um campeonato de futebol. Sempre os escolhidos para formar os times são os mais hábeis e competitivos. Ficam para trás aqueles que, por algum motivo, têm dificuldade para jogar. "Cabe ao catequista discutir o problema claramente e perguntar por que foi escolhido este e não aquele catequizando". "Essas respostas vão permitir a ele trabalhar a questão das diferenças, que não se restringem às habilidades físicas, mas que são também socioeconômicas e culturais." Discussões desse tipo podem fazer parte da vivência diária dos catequizandos. "Não adianta apenas falar sobre as diferenças e continuar propondo somente atividades clássicas, como os jogos esportivos". Uma boa alternativa é trabalhar com os chamados jogos cooperativos, em que são valorizados elementos como aceitação, envolvimento, colaboração e diversão. "Joga-se com o outro e não contra o outro. Para alcançar os objetivos é preciso esforço e dedicação".


Flávio.


Quer saber mais?
Bibliografia
    A prática do planejamento participativo, Danilo Gandin, 184 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2233-9000, 26,60 reais
    Avaliação nas práticas de ensino e estágios, Zelir Salete Busato, 88 págs., Ed. Mediação, tel. (51) 3330-8105, 25 reais
    Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário, Delia Lerner, 128 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 32 reais
    O jogo do contrário em avaliação, Jussara Hoffmann, 192 págs., Ed. Mediação, 32 reais
    Planejamento em destaque: análises menos convencionais, Maria Luisa M. Xavier, 176 págs., Ed. Mediação, 28 reais
    Ser professor é cuidar que o aluno aprenda, Pedro Demo, 88 págs., Ed. Mediação, 25 reais
    Internet www.escolaquevale.org.br você confere exemplos de seqüências didáticas

2009/01/29

Mochilas e o risco a saúde


Mochilas com rodinhas, cheias de compartimentos e bolsos, estão entre as preferidas das crianças, mas são as menos indicadas por quem entende da saúde. Segundo fisioterapeutas e ergonomistas, essas malas podem pôr em risco coluna e musculatura dos estudantes. Ao forçarem apenas um lado do corpo, as malas de rodinhas são prejudiciais à postura, aponta Antônio Renato Pereira Moro, ergonomista da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Outro problema das mochilas de rodinhas é a estrutura delas, geralmente em metal, o que as torna mais pesadas. Na hora de subir e descer escadas, a criança faz um esforço muscular maior que o adequado.
Cuidado com o que você carrega
Susi Fernandes, professora de fisioterapia , pesquisou o que as crianças levam nas mochilas. Ela encontrou muitos brinquedos, estojos, canetinhas, cadernos pesados. Muita coisa além do material escolar."Os pais precisam ficar de olho no que os pequenos andam colocando nas costas. E ajudá-los a encontrar soluções", diz a fisioterapeuta. Ela sugere negociar com a escola a quantidade de livros que devem ser levados todo dia ou pedir armários na escola. Para os alunos menores, Fernandes sugere que os pais vistoriem a mala todos os dias. "As rodinhas mal resistem às nossas calçadas. Além disso, muitos alunos só andam de carro. Esse tipo de mochila não faz sentido para tais condições", diz Moro. Mas, e se ainda assim você preferir as rodinhas? Para a professora Susi Fernandes, a solução é carregar o material corretamente: com as duas mãos para trás do corpo, para distribuir o peso. Para subir degraus, a mochila deve voltar para as costas, como se fosse uma mala convencional.
Peso ideal
Os bolsos também podem ser vilões da coluna das crianças. Apesar da impressão de que o material escolar ficará mais organizado, eles podem levar a criança a encher a mochila com objetos desnecessários - o que significa peso a mais, alerta a professora de fisioterapia. Uma lei municipal paulistana de 2002 determina que o peso das mochilas não pode passar de 10% do peso da criança. Se um aluno pesa 30 kg, deve carregar apenas 3 kg nas costas. Faltam estudos que relacionem o peso das mochilas a problemas ortopédicos, mas os especialistas apontam os riscos. "A criança está se desenvolvendo e não deve fazer muita tensão em partes isoladas no corpo, para que não haja alteração no crescimento", diz a fisioterapeuta Yeda Bellia. A matéria-prima da mochila também é outro fator a ser levado em conta: o melhor é optar por lonas finas ou emborrachados. "Não adianta escolher materiais que pareçam ter maior durabilidade ou malas muito estruturadas. O prejuízo para as crianças pode ser muito grande", diz Susi Fernandes. Além de agravar ou causar dores, o excesso de peso pode ter outras consequências na vida da criança, segundo a pesquisadora. Ela cita as "alterações posturais, como lombalgia crônica (dor na coluna), escoliose (desvio lateral da coluna) e hipercifose (corcunda)". O consenso entre especialistas para a melhor forma de transportar carga é junto ao corpo e de forma simétrica. "Para as crianças, o ideal é levar a mochila com as duas alças nos ombros e presas com cinto abdominal, que permite maior estabilidade", sugere Fernandes.
Fonte: UOL Educação - Especial Volta as Aulas.

2009/01/09

Dormir Pouco Afeta o Crescimento Infantil


Crianças que seguem os horários dos adultos e dormem pouco correm o risco de ter sérios problemas de desenvolvimento, dizem especialistas. Isso ocorre porque o hormônio do crescimento é liberado nas fases mais profundas do sono. "Quem tem sono ruim, na quantidade ou na qualidade, tende a ter déficit de crescimento", diz o pneumologista Maurício da Cunha Bagnato, responsável pelo departamento de medicina do sono do hospital Sírio-Libanês. "Depois que se opera uma criança que dorme mal por causa das amígdalas, ela cresce muito rápido. é impressionante." As horas de sono necessárias variam conforme a idade. Um recém-nascido, que está com o sistema nervoso em amadurecimento, precisa dormir até 20 horas diárias. Uma criança de três anos deve dormir 10 ou 11 horas durante a noite e tirar uma soneca no dia. E não basta dormir o número de horas indicado. Também é preciso ir para a cama na hora certa. O ideal, segundo o neurologista Israel Roitman, do hospital Albert Einstein, é que as crianças pequenas se deitem entre as 19h30 e as 20h30. Roitman explica que certos hormônios só são liberados adequadamente no organismo quando se está acordado durante o dia e se dorme durante a noite. "Há crianças que ficam acordadas até a meia-noite. Isso é um absurdo", diz ele. Evidências científicas ligam a falta de sono, ao menos em adultos, a um maior risco de obesidade, diabete, doenças cardiovasculares e infecções. A maneira mais fácil de perceber se a criança está dormindo pouco é observar como ela acorda. Cansada, ela reluta a sair da cama. "Na primeira oportunidade que tem, ela encosta e dorme. Isso ocorre muito no trajeto da casa à escola, dentro do carro", explica o médico Ricardo Halpern, da Sociedade Brasileira de Pediatria. Essas crianças podem ficar hiperativas e ter dificuldade de concentração. Também costumam ficar irritadiças e até agressivas. E, ao contrário do que ocorre com os adultos, tomar uma xícara de café não resolve o problema do sono. "Dormir tarde cria outro problema para os pais, o da indisciplina. As crianças não gostam de dormir, porque é o fim da brincadeira. à noite, o problema de indisciplina é maior", diz Paulo Afonso Ronca, doutor em psicologia educacional. Além dos benefícios para a saúde, colocar o filho para dormir sempre na mesma hora é importante para o desenvolvimento psicológico da criança. "é importante que a criança saiba que num momento ela vai tomar banho, por exemplo, depois pôr o pijama, depois jantar, depois brincar, depois escovar os dentes e depois dormir. Quando sabe o que vai acontecer depois, ela ganha segurança", explica a coordenadora pedagógica do colégio Santo Américo, Liamara Montagner. "é por isso que muitas crianças assistem ao mesmo desenho 20 vezes." O desejo de ficar mais tempo com os filhos é legítimo e necessário. "A primeira relação das crianças é com os pais. é dessa relação que vêm as identificações, o carinho, os limites", diz Júnia de Vilhena, psicanalista e professora da PUC-Rio. "Os pais já delegam demais [para babás, avós, professores], não podem delegar tudo." No shopping Na quinta passada, a Folha percorreu um shopping de São Paulo entre as 21h e as 22h30. As crianças menores de 10 anos estavam por todos os lados. Na praça de alimentação, um casal compra sorvete para o filho de sete anos e a filha de cinco. "Não faço questão que durmam cedo. é bom o contato com eles", diz a administradora Flávia Marques, 37. "Eu, quando era criança, dormia às 20h30. Mas era no interior de Minas, outra época", diz o arquiteto Adriano Marques, 48. Ele diz que o toque de recolher da casa é às 23h. Atentos, Rafael e Júlia corrigem em coro: "A gente dorme à meia-noite, pai!".
Texto – Folha de S.Paulo.

O descobrimento do outro sexo


Na última etapa da infância é raro o intercâmbio social entre os sexos. Geralmente os meninos consideram às meninas como umas “cafonas”, enquanto que as meninas consideram os meninos como uns “brutos”. Contudo com a puberdade chega o despertar da sexualidade e um intenso interesse por membros do sexo oposto. Assim entre os 12 e os 13 anos nas meninas e os 13 ou 14 nos meninos aparece de repente o interesse pelo sexo oposto, ainda que cada adolescente seja um mundo à parte. As primeiras aproximações menino-menina (10-13 anos) costuma ser de tipo idealizado e romântico. Posteriormente, entre os 13-15 anos o contato começa a ser mais habitual, sendo a forma mais comum de aproximação ao outro sexo através da turma, onde o adolescente se sente mais seguro. Esta é uma idade caracterizada pela vaidade (nas meninas) e o desejo de impressionar as meninas (nos meninos)... Os pais devem ser conscientes de que hoje em dia, os jovens de ambos os sexos estabelecem contatos a idades mais precoces que antes. Os pais não devem opor-se a estas relações, nem esgotar-lhes com proibições. Devem, entretanto ocupar-se de dar-lhes uma formação adequada e de ajudar-lhes a desenvolver critérios para que tais relações não lhes prejudiquem. Inclusive pode ser adequado que fomentemos ocasiões para que aprendam a estar juntos e tratar-se, principalmente ao final da adolescência, animando-lhes a que dêem alguma festa em casa. Nosso lar deve ser um lugar aberto onde os filhos não tenham reparos em trazer a seus amigos e amigas. Em algum momento, durante a adolescência, surge o primeiro amor. De repente observa que sua filha permanece sempre introvertida, muda com freqüência de humor, às vezes está radiante e outra parece absorvida na maior tristeza, cochicha continuamente com suas amigas e passa as tardes ouvindo a mesma canção de Alejandro Sanz. “O que está acontecendo?”, pergunta-se. Simplesmente se apaixonou. Estas primeiras paixões costumam ter um considerável componente platônico, especialmente nas meninas, mas uma crescente atração física. Isto não deve preocupar-nos, é algo normal a esta idade, mas sim deveremos ajudar-lhe a encaminhar seus efeitos de forma adequada. Deveremos procurar tratar-lhe com compreensão e carinho. O último que devemos fazer é ridicularizar-lhe, tirar-lhe a ilusão ou proibir-lhe esta relação. Contudo deveremos buscar ocasiões para provocar conversas, retomar conversações sobre o significado da sexualidade e o amor, e confidências que lhe ajudem a abrir-se conosco. Igualmente deveremos animar-lhe a que continue saindo com seu grupo de amigas e não se isole. Não devemos ser ingênuos e ignorar que na sociedade atual confluem uma série de fatores que facilitam que entre as crianças e os adolescentes se produzam cada vez um maior número de casos de precocidade sexual, ou de atividades sexuais que correspondem a um desenvolvimento amadurecedor superior ao qual por sua idade possuem. Igualmente nossos filhos se vêem bombardeados através dos meios de comunicação, o cinema, as revistas, de toda uma série de mensagens de alto conteúdo sexual, e no pior dos casos inclusive pornográfico. Algumas revistas, específicas para adolescentes, foram denunciadas nos últimos anos devido às sessões sexuais e aos conteúdos incluídos em suas páginas. Além disso, muitos pais hoje não encontram tempo ou estão muito cansados para controlar e estar pendentes do que vêem ou fazem seus filhos. Isto facilita o que estes tenham grandes conhecimentos e uma intensa curiosidade no plano sexual. Igualmente os pais devem ter especial cuidado de conhecer os lugares aos quais nossos filhos podem estar freqüentando: conhecer qual é o ambiente destes lugares, que tipo de bebidas se vende, que tipo de pessoas freqüentam a eles, etc. Também devemos prevenir-lhes dos inconvenientes e preconceitos que podem supor o comprometer-se em uma relação mais íntima, ou um namoro prematuro, para o qual ainda não estão preparados. Finalmente, na adolescência tardia, entre os 17 e os 20 anos, é quando o adolescente é capaz de estabelecer uma relação interpessoal mais estável. Ao diminuir seu egocentrismo estará já em condições de manter uma verdadeira relação de pessoa a pessoa. A esta idade o jovem já possui uma maior capacidade para comprometer-se e fazer planos orientados para o futuro. Trata-se de uma pessoa o suficientemente madura, capaz de dominar-se a si própria e estabelecer uma relação interpessoal estável.
Texto: Teresa Artola González.

2009/01/02

A tirania adolescente


Até poucas décadas atrás, os pais educavam seus filhos com base numa regra simples: cabia a eles exercer sua ascendência sobre a prole de maneira inquestionável, pois – como diziam os avós dos adultos de hoje – criança não tinha direito nem querer. Muita coisa mudou desde então. Com a revolução comportamental dos anos 60, a difusão dos métodos pedagógicos modernos e a popularização da psicologia, a liberdade passou a dar o tom nas relações entre pais e filhos. A tal ponto que hoje se vive o oposto da rigidez que pontificava antes disso: em muitos lares, os pais é que se sentem desorientados e os filhos, na ausência de quem estabeleçam limites à sua conduta, assumiram o papel de tiranos. Trata-se de uma bomba-relógio que começa a ser gestada cedo, mas cujos efeitos se agudizam na adolescência. É nesse período que os pais se sentem mais confusos sobre seu papel. A questão se tornou tão séria que uma tendência que representa um certo refluxo na maneira de pensar a educação dos jovens vem ganhando cada vez mais força. "Chegamos a uma situação-limite. Está na hora de os pais recuperarem sua auto-estima e sua autoridade", diz a educadora carioca Tania Zagury, uma das mais conhecidas autoras da área. Em seu novo livro, Os Direitos dos Pais (Record; 206 páginas; 25 reais), ela defende que práticas que andavam esquecidas na educação dos filhos sejam resgatadas, em nome do futuro do próprio jovem – e da sociedade. Até meados dos anos 60, as regras dentro de casa eram impostas implacavelmente aos jovens. Hoje, é prática corrente estabelecê-las de comum acordo entre pais e filhos. Antes, os pais davam broncas, punham os filhos de castigo e cortavam regalias porque era assim que as coisas funcionavam, e ponto final. Hoje, cada sanção precisa ser acompanhada de boas justificativas – e haja suor e lábia para dar 200 explicações. Um dos motivos disso é que os jovens atuais são muito bem informados. Outro dado é que eles nasceram num ambiente já bastante marcado pela educação liberal – seus próprios pais gozaram de boa dose de liberdade quando adolescentes. Nessas condições, é natural que estabelecer limites de conduta se transforme numa tarefa difícil. O que Tania defende não é uma volta à educação rígida de antigamente, e sim a busca de um ponto de equilíbrio que se perdeu em algum momento entre o fim dos anos 70 e a atualidade. É certo que as metodologias pedagógicas modernas – novidades surgidas nas primeiras décadas do século XX e que ganharam popularidade no Brasil sobretudo a partir dos anos 70 – representaram um avanço em relação ao passado. As idéias de teóricos como a médica italiana Maria Montessori e o psicólogo suíço Jean Piaget fizeram com que, nas escolas e, por tabela, no ambiente doméstico, se passasse a respeitar a individualidade do jovem e se enfatizasse sua liberdade. Nos últimos anos, com a confirmação dessas teorias educacionais à luz das descobertas da neurologia, os ensinamentos de Piaget, em particular, vêm sendo ainda mais valorizados. Sua metodologia, o construtivismo, preconiza que o aprendizado não é algo que se impõe de fora: é a própria criança quem constrói seu conhecimento. O problema é que a vulgarização do construtivismo e de outras teorias do gênero deu margem a interpretações equivocadas. Formou-se um caldo de cultura, por assim dizer, em que flutuam fragmentos teóricos da psicologia moderna. Os pais utilizam esses fragmentos fora de seu contexto adequado e muitas vezes com exagero. "Houve uma leitura muito equivocada de certos avanços modernos", afirma o educador Celso Antunes, autor de quatro dezenas de livros sobre o assunto. À idéia de que a liberdade é a melhor resposta em todas as situações, somam-se culpas cultivadas pelos pais. Por trabalhar e passar pouco tempo com os filhos, é comum que um casal se torne permissivo com os desejos dos jovens para compensar essa ausência. Às vezes não é o uso indevido da psicologia moderna nem a culpa que causam o estrago: é o desejo de fugir da tarefa difícil que é educar um adolescente. Alguns pais usam a falta de tempo como subterfúgio. Outra rota de fuga é aquilo que os educadores convencionaram chamar de "medicalização" da adolescência: ao menor sinal de que alguma coisa está fora dos eixos, os pais correm para um consultório, em vez de tomar eles próprios as rédeas da situação. É claro que existem situações que pedem o apoio de um médico. Do ponto de vista biológico, nenhuma época da vida é marcada por tantas mudanças. A Organização Mundial da Saúde estabelece que a adolescência compreende a faixa etária entre 10 e 19 anos. É nessa fase que se adquirem 25% da estatura final e 50% do peso total. Nesse processo, meninos e meninas experimentam uma verdadeira explosão hormonal. Entre 11 e 12 anos, acontece a primeira menstruação – as garotas ficam mais irritadiças e o humor oscila muito. A cintura afina, os quadris alargam e, por volta dos 15 anos, os seios ganham formas definitivas. O primeiro sinal de que a puberdade chegou para os meninos é o aumento de tamanho dos testículos. Mãos e pés crescem desproporcionalmente ao tronco e surgem os primeiros pêlos pubianos. A voz começa a engrossar e, por volta dos 14 anos, o rosto ganha uma barba rala. Do ponto de vista emocional, o adolescente é um vulcão. Ele ainda não sabe o que quer ser, mas tem certeza dos modelos em que não gostaria de se espelhar: os adultos que o circundam, em especial os pais. Nas diversas subfases que se sucedem na adolescência, ele alterna momentos de agressividade, egocentrismo, insegurança e completa falta de senso de perigo. Até duas décadas atrás, acreditava-se que a causa do comportamento impulsivo do adolescente era simplesmente a ebulição hormonal própria do processo de crescimento. Com os novos conhecimentos sobre o funcionamento do cérebro, refinou-se essa explicação: a raiz de toda essa instabilidade estaria no fato de a adolescência ser um período de muitas mudanças cerebrais. Pesquisas recentes mostram que nessa fase se formam novas conexões neuronais, principalmente em áreas do cérebro ligadas às emoções. Por causa desses fatos todos, existem hoje médicos especializados no atendimento aos adolescentes, os hebiatras (o nome é uma referência a Hebe, a deusa da juventude na mitologia grega). A especialidade, que começou a ganhar corpo na década de 50, nos Estados Unidos e na Inglaterra, foi reconhecida pela Associação Médica Brasileira há seis anos. Crescimento, nutrição e sexualidade são alguns dos aspectos enfocados pelos hebiatras. Mal orientados, muitos garotos recorrem à musculação para ganhar um corpo perfeito, mas o exagero pode atrapalhar o crescimento. As meninas, influenciadas pelos modelos de beleza do momento, muitas vezes partem para dietas radicais e ficam sujeitas a distúrbios alimentares graves, como a anorexia e a bulimia. Um hebiatra pode ajudar os adolescentes em questões específicas. Há pais, no entanto, que encaminham os filhos para o consultório médico por motivos banais – como uma crise de insolência na escola. "No fundo, o que eles procuram é se livrar do problema. Querem uma justificativa externa para o mau comportamento dos filhos e têm a falsa idéia de que dois comprimidos por dia resolvem qualquer problema", afirma o psiquiatra Francisco Assumpção, da Universidade de São Paulo. Mesmo doenças como a bulimia ou a anorexia podem ter seu surgimento relacionado à omissão dos pais. Com medo de parecerem repressores, muitos fazem vista grossa à recusa de seus filhos em comer. Acreditar que a escola possa assumir sozinha o papel de educar os adolescentes é uma saída pela tangente bastante comum. A permissividade chegou a um ponto em que os próprios colégios estão tendo de chamar a atenção dos pais para seus deveres. Nos últimos tempos, um dos colégios mais liberais de São Paulo viu-se obrigado a retomar práticas tidas como ultrapassadas para colocar os alunos – e seus pais – na linha. Ao perceber que muitos estudantes saudáveis conseguiam dispensa das aulas de educação física graças a atestados obtidos com a conivência dos pais, a direção da instituição estabeleceu que quem decide sobre a concessão ou não da licença é só o médico da escola. Resultado: desde que a regra foi adotada, nenhum aluno conseguiu escapar da educação física. Outra medida foi reeditar a exigência do uniforme, já que o pessoal andava se vestindo como se estivesse num clube: as meninas apareciam de top e blusas decotadas e os garotos, de camiseta regata, chinelo e bermudão. As conseqüências da omissão dos pais na educação podem ser graves. Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 20% das garotas entre 13 e 19 anos já enfrentaram uma gravidez precoce. Por outro lado, uma pesquisa recente revelou que um em cada quatro estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública brasileira já experimentou algum tipo de droga, além do cigarro e das bebidas alcoólicas. Em apenas uma década, a idade do primeiro contato com esse tipo de substância caiu dos 14 para os 11 anos. Mesmo que não ocorram desastres, as conseqüências para o futuro podem ser sérias. Jovens educados de maneira negligente correm o risco de se tornar adultos infelizes e desajustados. A falta de limites faz com que muitas vezes essas pessoas se revelem inaptas para lidar com os reveses e frustrações naturais da vida. Elas têm dificuldades para se relacionar em ambientes marcados por hierarquias (como o trabalho) e, em muitos casos, não conseguem nem mesmo se emancipar – tanto do ponto de vista emocional quanto do financeiro. "Muitos pais acham que dar tudo de mão beijada para os filhos é uma maneira de fazê-los felizes, o que não é verdade. Quando saem do ninho, esses jovens se sentem atraiçoados pela vida, pois não desenvolveram defesas para enfrentar o mundo", diz Tania. É certo que, com força de vontade, um adulto pode superar esses problemas. Mas uma boa educação na infância e adolescência o pouparia dessas dificuldades. É claro que boa parte dos pais percebe que muita coisa vai mal na educação de seus filhos. Eles não querem fugir de suas responsabilidades nem delegá-las a outros. Prova disso é que a demanda por aconselhamento deu origem a um filão lucrativo no mercado editorial de auto-ajuda. Os principais representantes do ramo no país são a própria Tania Zagury e o psiquiatra paulista Içami Tiba. A eles somam-se autores estrangeiros como o inglês Steve Biddulph, cujo manual Criando Meninos se tornou um campeão de vendas nas livrarias. Desde 1985, Tania lançou dez livros, que totalizam mais de 300.000 exemplares vendidos. Faz cerca de oito palestras por mês, com cachê médio de 2.000 reais. Tiba, por sua vez, também tem dez obras publicadas na área e já dobrou a marca de 1 milhão de exemplares comercializados – seu mais recente lançamento, Quem Ama, Educa!, figura na lista de mais vendidos de VEJA há 58 semanas. Desde o fim dos anos 80, tanto Tania quanto Tiba vêm batendo na tecla de que é preciso resgatar a autoridade dos pais na educação dos adolescentes. Em Os Direitos dos Pais, Tania Zagury trabalha com dois conceitos. O primeiro se refere ao fato de que, por mais que se fale nos direitos sagrados das crianças e dos adolescentes, não se pode perder de vista que a cada direito corresponde um dever. "Perdeu-se a noção de reciprocidade", diz ela. Os pais são obrigados a bancar a melhor educação escolar para os filhos? Então estes últimos também terão sua contrapartida: devem esforçar-se para passar de ano. O filho ganhou um carro ao entrar na faculdade, mas logo em seguida desistiu do curso sem mais nem menos? Então não será uma injustiça ele perder sua regalia de andar motorizado. Os pais precisam aceitar a idéia de que ao tomar esse tipo de atitude não vão fragilizar seus filhos – muito pelo contrário. O outro conceito de que trata a autora é aquele explicitado no subtítulo de seu livro, Construindo Cidadãos em Períodos de Crise. Os pais precisam, com urgência, ter seu papel regulador revalorizado, para que possam desempenhar – sem culpa nem constrangimento – a função de moldar seus filhos para ser verdadeiros cidadãos. "O mundo que estamos construindo será constituído de indivíduos semelhantes àqueles que estamos criando em nossos lares. Portanto, é bom não pensarmos somente no prazer imediato de nossos filhos e adotarmos uma postura sociológica, pensando no global da sociedade", escreve Tania. No livro, ela ensina que uma ótima oportunidade para transmitir valores é o momento em que os pais vêem TV com os filhos. "Os pais não devem desperdiçar nenhuma deixa para estimular o espírito crítico dos adolescentes", diz Tania. Um adolescente típico carrega sempre na ponta da língua munição para atacar os pais quando estes tentam colocá-lo na linha: chama-os de "caretas", repressores e por aí afora. Ele vive encastelado em seu quarto – uma fortaleza indevassável, em que os pais comumente têm sua entrada vetada. Uma pesquisa da MTV revelou que o quarto de um adolescente brasileiro de classe média ou alta é equipadíssimo: a maioria possui aparelho de som, metade tem TV e um quarto deles, computador. O conselho da autora é que se enfrente essa resistência: se os pais chegarem à conclusão de que há algo estranho acontecendo – como, por exemplo, o envolvimento do jovem com drogas –, eles têm o direito, sim, de entrar em seu quarto sem autorização e até remexer em seus pertences. Tania também tranqüiliza aqueles pais que não sabem onde se enfiar quando o filho comunica que a namorada vai dormir com ele em casa ou vice-versa – um tipo de comportamento tolerado por 25% das famílias. "Se os pais se sentirem constrangidos com a situação, não precisam aceitar só porque os pais dos amigos do filho o permitem. Eles têm todo o direito de dizer um não bem redondo", diz Tania. Antes, os pais não falavam sobre sexo com os filhos. Hoje, a conversa sobre o tema costuma ser aberta. Tania sugere que eles sejam obrigados a ouvir o que os pais têm a dizer, ainda que façam birra. Todos esses enfrentamentos são difíceis, mas não há outro jeito. A título de se colocarem como "amigos" dos filhos, muitos pais acabam sendo cúmplices de erros que em nada contribuem para a formação deles. Nunca custa lembrar: a função do pai não é ser amigo e confidente – para isso, os adolescentes têm suas turmas. Papel de pai é ser pai.

Adaptado Flávio de sites da net...

2009/01/01

Meninas estão ficando mocinhas mais cedo


A primeira menstruação pode ser uma realização, mas também um trauma. E quanto mais precoce, mais mexe com a cabeça delas. Como as mães devem lidar com isso?

“Mãe, o que é isso? O que está acontecendo?”. As meninas que menstruam muito cedo, geralmente ficam muito assustadas e sem saber como reagir. E a menarca (primeira menstruação na vida da mulher) tem “chegado" cada vez mais cedo. Às vezes, a menina ainda é criança e não entende o que está acontecendo com o seu corpo. As mães precisam saber como conversar com a filha e explicar que ela está virando uma “mocinha”. O importante é saber o porquê dessa menstruação precoce. Será que pode prejudicar a infância da criança? “Os estímulos visuais que a mídia e a televisão oferecem às crianças interferem na maturação sexual e na idade da menarca. A melhora da condição de alimentação mundial também interfere no índice de massa corpórea das adolescentes. Parece que o contato do pai com a filha tem influência na menarca, quando o pai é ausente, a menstruação é mais precoce”, explica a ginecologista e obstetra Zsuzsanna Di Bella.
Há também muitos que acreditam que existe hormônio nos animais e que isso pode ser o motivo da precocidade. Segundo a especialista, nada prova que os animais trazem nenhum tipo de alteração hormonal. “Estes hormônios ingeridos por meninas, poderiam amadurecer o eixo provocar menstruações mais precoces. A legislação brasileira não permite o uso hormonal em animais, e apesar dos comentários em relação aos frangos e aves, não há esta comprovação” indica Zsuzsanna. Já o ginecologista e obstetra Felipe Lazar Júnior tem uma opinião diferente. Ele acredita que os alimentos podem interferir na menstruação precoce. “Em geral boa parte dos alimentos possuem conservantes com efeito hormonal. Mais recentemente, um pesquisador de meio ambiente fez um estudo em uma represa e constatou que as amostras de água colhida continham níveis elevados de hormônio feminino, o que com certeza estão associados à menarca precoce, e até ao aumento da incidência de câncer nas mulheres e ginecomastia nos homens (crescimento anormal da glândula mamárea).”

Conseqüências futuras
Ambos concordam que a menarca precoce pode trazer diversos problemas no futuro. Entre eles está a baixa estatura, a gravidez precoce, a endometriose e o câncer de mama. “Os problemas de desenvolvimento físico, de padrões corporais de mulher adulta em meninas. Além dos que acho mais importantes, as mudanças psicológicas que são seguidas de iniciação sexual precoce, exposição às doenças sexualmente transmissíveis, maternidade precoce, abortos ilegais, colocando em risco a vida destas meninas”, indica Felipe Lazar. Mas o mais importante é o que essa menina sente. O que será que acontece dentro da cabeça dessa garotinha ainda ingênua que está virando uma mulher? Será que ela entende o que acontece no corpo dela? Para que esse mudanças não cause nenhum susto, é preciso muito diálogo entre mãe e filha. “A criança deve ser orientada pelos pais e pelos educadores. Quando o pediatra perceber sinais de que a menstruação possa estar próxima, é interessante o acompanhamento ginecológico. Caso a estatura da criança esteja baixa pode-se discutir o bloqueio da menstruação”, afirma Zsuzsanna. Felipe Lazar recomenda o mesmo. Conversar é o melhor remédio para amenizar traumas, principalmente as mães. Nessa hora, ela tem que ser amiga da filha e abrir o jogo. “Acho que precisam ser super "Mãezonas", de uma forma mais moderna, ou seja, serem companheiras, cúmplices, para que as meninas dividam com elas seus anseios e problemas com confiança. Diferente das mulheres de antigamente, que por medo ou tabu, jamais discutiam assuntos como menstruação, sexo e doenças sexuais. E com certeza não participavam de todo este processo deixando suas filhas expostas à própria sorte”, conclui o médico.
Texto de: Victoria Bensaude

Pasta de alho prática e natural


Ingredientes:
1 ovo inteiro (sem a casca é claro rsrsrs...)
2 dentes de alho
Gotas de limão
Óleo de soja
Salsinha e cebolinha
Sal a gosto
Modo de fazer:
Coloque no copo do liquidificador todos os ingredientes menos o óleo.
Comece a bater (não use a potência máxima) e vá acrescentando o óleo até ficar uma pasta firme.
PS: olha minha ajudante na foto, a receita é da mãe dela.

2008/12/31

Tender com calda de laranjas, pêssegos em caldas e cerejas naturais


Ingredientes
1 tender de 800g aproximadamente
1/2 copo de suco de laranjas
1/2 xícara de áçúcar cristal orgânico
cravos da Índia

Modo de fazer
Tire o tender da embalagem, seque e com uma faca, faça cortes em diagonal formando losangos e em cada ponta do losango espete cravos da Índia.
Leve ao forno pré aquecido na temperatura de 200ºC embrulhado em papel alumínio.
Após 30 minutos, unte-o com o suco de laranja e o açúcar cristal.
Leve novamente ao forno para dourar.

Dica
Fatie 1/2 do tender, coloque em uma travessa e enfeite com pêssego em caldas e cerejas.

Salmão ao molho de alcaparras


Ingredientes
1,200 Kg de filé de salmão
1 limão
Sal e pimenta do reino a gosto

Modo de fazer
Tempere o filé com o suco de 1 limão, o sal, a pimenta e reserve por 1 hora
Asse o salmão em forno médio por 30 minutos.

Ingredientes Molho
2 laranjas pera
1 limão
1 colhar (chá) de amido de milho
50g de alcaparras

Modo de fazer
Junte o suco do limão ao amido e mexa até diluir.
Acrescente o suco da laranja e leve ao fogo baixo até começar a ferver.
A seguir adicione as alcaparras e deixe engrossar.

Dica
Leve o salmão a mesa junto com a molheira e acrescente o molho na hora de servir.