2010/04/05

4 erros - Roberto Shinyashiki


A revista Isto É publicou uma excelente entrevista com Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional. Veja uma das perguntas da entrevista e a respectiva resposta e medite sobre ela.

ISTO É – Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus, isso é verdade?

Shinyashiki - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade:

A primeira, é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais.

A segunda loucura é: Temos que estar felizes todos os dias.

A terceira é: Temos que comprar tudo o que pudermos. O resultado é este consumismo absurdo.

Por fim, a quarta loucura: Temos de fazer as coisas da maneira acertada. A maneira certa não existe. Não há um caminho único para se fazerem as coisas.

As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Existem pessoas que dizem que não serão felizes enquanto não se casarem, enquanto outras, dizem-se infelizes justamente por causa do casamento. Podemos ser felizes a comer um gelado, em ficar em casa com a família ou amigos verdadeiros, a levar os filhos a brincar ou indo à praia ou ao cinema.

Quando eu era recém-formado, trabalhei num hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu procurava conversar com eles na hora da morte. A maior parte agarra o médico pela camisa e diz:
"Doutor, não me deixe morrer. Eu sacrifiquei-me a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.

Ninguém, na hora da morte, diz ter-se arrependido por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou acções, ou por não ter comprado isto ou aquilo, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida. "Todos, na hora da morte.... dizem arrepender-se de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida."

"Aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas".

2010/04/01

É cedo demais para se tornar mocinha

A gente acha uma graça quando uma menina brinca com as roupas e a maquiagem da mãe, mas esse hábito pode ser prejudicial à criança.

Ter uma boneca, brincar de casinha, pular corda? Que nada! Meninas de 7 ou 8 anos passam horas no salão do cabeleireiro para esticar os cachinhos e conquistar o já sonhado cabelo liso. Isso mesmo: elas fazem escova progressiva! Unhas pintadas, rosto maquiado, pernas depiladas... Elas se vestem e se comportam como mulheres. "A vaidade infantil é normal e representa auto estima positiva. Porém, quando se torna exagerada e a criança deixa de  brincar, os pais devem ficar atentos e estabelecer limites", explica o psicólogo e terapeuta familiar Ildo Rosa da Fonseca, de São Paulo. Ana Maria entrevistou vários especialistas para saber até que ponto a vaidade em excesso pode prejudicar o desenvolvimento e a saúde dessas pequenas mulheres.

Criança tem que ser criança!
Que menina nunca vestiu o sapato de salto da mãe e se borrou de batom? "Faz parte da infância e da fantasia, mas não todos os dias. A menina pode usar roupas e fazer coisas de gente grande, mas ainda não está madura", explica o psicólogo Ildo Rosa. Pular a infância é o mesmo que querer ler antes de aprender a falar. "Quando a menina brinca de boneca, está exercitando a maternidade. A garota que pula essa fase dificilmente conseguirá ser uma boa mãe. A menina que desperta sexualmente aos 8 ou 9 anos corre o risco de uma gravidez indesejada e de se tornar uma mulher infantilizada", conclui Ildo.

A responsabilidade pode ser sua?
·  Fique de olho nos programas que sua filha assiste na TV.
· Participe das brincadeiras dela.
· Incentive-a a ser criança, a se sujar, se divertir e brincar.
· Observe quem são as pessoas com quem sua filha convive.

Aprenda a dizer não
Se sua filha quiser usar maquiagem e você não concordar:

· Exerça a autoridade Diga não com firmeza e carinho.
· Seja firme Persista, mesmo que ela diga que os pais das amigas deixam. Você é quem sabe o que é melhor para ela.
· Jogue limpo Não invente desculpas, como "Não tenho dinheiro" ou "Amanhã nós conversamos". Resolva na hora.

Depilação pode?
Não! Wellington de Jesus Furlani, dermatologista da Universidade Federal de São Paulo, afirma que a depilação deve ser proibida em meninas com menos de 12 anos. Veja os riscos que sua filha corre:- Com cera Pode causar inflamação na raiz do pelo.- Com creme depilatório Dá alergia e deixa a peletoda irritada.- Com lâmina Pode infeccionar os poros.



Maquiagem pode?
Depende. Os pais precisam verificar a indicação da idade no rótulo. Maquiagens de adultos ou para bonecas não devem ser usadas em crianças. "Elas têm corantes, fixadores e outras substâncias que podem causar alergia", ensina o dermatologista. Prefira as de criança.





Fazer as unhas pode?
Depende. Dê preferência aos esmaltes claros, que têm menos produtos químicos. Mas não tire a cutícula, pois ela protege a unha de bactérias e fungos. Como a criança vive com a mão na terra, fica exposta a infecções.

Pintar o cabelo pode?
Não. "Sou totalmente contra a criança pintar o cabelo, considero uma irresponsabilidade dos pais", defende Wellington. A química irrita o couro cabeludo, quebra o cabelo e aumenta a queda. Não tem sentido a criança se expor a isso, né?

Escova progressiva pode?
Jamais! Os produtos usados são agressivos, pois provocam alergia e queimaduras no couro cabeludo. Segundo os dermatologistas, a criança tem os fios tão finos que o produto destrói a queratina do cabelo, que nunca mais se reconstitui.


Fonte: M de mulher - Fernanda Cury

2010/03/31

BBB - Bandos de Bobos do Bial

"A Vergonha"

 Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos  chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é  uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil  encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à  nossa modesta inteligência.

 Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu  fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo,
 principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema
 banalização do sexo. Impossível assistir ver este programa ao lado dos
 filhos.. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos
 "heróis", como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra
 gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza
 ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a
 realidade em busca do IBOPE.

 Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu
 um "zoológico humano divertido" . Não sei se será divertido, mas
 parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

 Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os "animais" do
 "zoológico": o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o
 negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a "não sou
 piranha mas não sou santa", o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta,
 a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM
 que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).

 Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e
 escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro
 de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.
 Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente
 bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se
 morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse
 programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da
 ética e da dignidade.

 Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro
 repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e
 meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente,
 chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos
 exemplos de heróis?

 Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros,
 profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os
 professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores
 incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com
 dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.

 Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida
 por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a
 isso todo santo dia.

 Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças
 complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais
 saudável e digna.

 Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs,
 voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de
 carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna
 heroína Zilda Arns).

 Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam
 suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como
 mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

 O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não
 acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos
 telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro
 estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à
 criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e
 moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol,
 fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o
 "escolhido" receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo
 de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento
 humano". Ah, tenha dó!!!

 Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da
 Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de
 pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta
 centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e
 setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil
 reais a cada paredão.

 Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse
 dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino
 e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas
 populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)

 Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e
 indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

 Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário
 Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...,
 estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... ,
 telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar
 com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao
 BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda
 resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade..



Fonte: site e e-mail da net

2010/03/29

Cerveja tem vitamina que combate anemia

Uma pesquisa feita pela Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que a cerveja, assim como as verduras de cor escura, tem vitamina B9 (conhecida como ácido fólico ou folato). A vitamina é importante no combate à anemia e doenças cardiovasculares.

A pesquisadora e engenheira de alimentos Ana Cecília Poloni Rybka, responsável pela pesquisa, explica que as análises foram feitas em três tipos de cerveja produzidas no Brasil: pilsen, sem álcool e malzbier. "Os resultados mostraram que a cerveja tem cerca de 20 microgramas de folato por 100 ml. Uma lata tem de 17 a 20% das quantidades de vitamina B9 recomendada (por dia, para um adulto)."  A pesquisadora analisou cinco formas de folato e encontrou três deles na bebida. "Mas não podemos dizer que a cerveja supre carência desse nutriente", explica.

Além da vitamina B9, foram analisadas na pesquisa as quantidades de compostos fenólicos (antioxidantes, substâncias que combatem o aparecimento de radicais livres na corrente sanguínea) nas cervejas.

A cerveja malzbier respondeu às análises com mais que o dobro de compostos desse tipo do que as cervejas pilsen e sem álcool. A cerveja sem álcool apresentou teor abaixo, porém similar ao teor encontrado em cerveja pilsen, tanto de folatos como de compostos fenólicos.

A pesquisadora diz, no entanto, que consumir cerveja em excesso não garante o suprimento necessário de vitamina. "O consumo excessivo de álcool causa diversos males ao organismo, inclusive prejudica a absorção de vitaminas, entre elas o próprio folato", diz. "Mas existem estudos que revelam que o baixo consumo de álcool não possui esta capacidade prejudicial."

Fonte: Jornal da tarde - AE

2010/03/27

Papai não é Mamãe - Revista Veja

O pensamento politicamente correto contaminou a paternidade e exige dos homens um desempenho equivalente ao das mulheres no cuidado com os filhos. Mas isso vai contra os fatos da biologia. Todo homem que queira se manter competitivo no mercado das relações amorosas, atualmente, precisa demonstrar que reza pela cartilha do politicamente correto no quesito paternidade. Ou seja, ter disposição (ou pelo menos dizer que tem) para desempenhar toda e qualquer tarefa relacionada ao cuidado com os filhos. Dito assim, soa razoável. Em um mundo em que homens e mulheres trabalham e as famílias foram reduzidas ao núcleo formado por casal e filhos – com o resultado de que avós, tias e primas atuam cada vez menos como "segundas mães" –, é mesmo necessário ter uma participação maior do pai nos serviços domésticos. Já vai longe o tempo em que levantar as pernas para a mulher passar o aspirador era considerado uma grande ajuda. Esquentar a mamadeira, preparar a papinha, trocar a fralda e dar banho no bebê são atividades, entre muitas outras, que um pai pode perfeitamente desempenhar. Mas há excessos na concepção mais difundida de paternidade moderna. O principal deles é equiparar pai e mãe na capacidade de suprir as necessidades físicas e afetivas dos filhos. A influência que o pai pode ter sobre seus rebentos, especialmente quando eles ainda são bebês, é limitada por fatores biológicos. Forçá-lo a agir como se pudesse substituir a mãe pode ter efeitos devastadores. "Muitos homens se sentem emasculados nessa posição porque passam a acreditar que as formas tradicionais de masculinidade, com as quais eles se identificam no íntimo, são negativas", disse a VEJA o psiquiatra inglês Adrian Lord. "A insatisfação nessa troca de papéis pode até afetar o desempenho sexual do casal." O excesso de expectativa – e ansiedade – em relação ao papel paterno pode ser verificado por meio dos resultados obtidos em uma enquete feita com 820 pais no site VEJA.com. Setenta e cinco por cento deles disseram que gostariam de passar mais tempo com os filhos, mas só 20% parecem achar possível realizar esse desejo num curto espaço de tempo (veja o quadro). É óbvio que cada casal tem o seu próprio equilíbrio na divisão das tarefas maternas e paternas. E é claro também que existem homens que se realizam como "pais totais", sem que isso interfira na sua masculinidade (pelo menos, eles não sentem os efeitos mais adversos). Analisados em conjunto, entretanto, os homens estão sendo submetidos a duas forças opostas. De um lado, a pressão das mulheres para que exerçam a paternidade de uma maneira historicamente inédita, em que várias das tarefas maternas lhes são confiadas. De outro, a limitação de ordem natural, que faz com que eles não se sintam totalmente à vontade nas novas funções.

NÃO BASTA SER PAI
O publicitário Rafael Castro, de 30 anos, de Belo Horizonte, divide com a mulher tarefas como dar banho, trocar fraldas, dar mamadeira e fazer Melissa, de 7 meses, dormir. Além disso, ajuda Pedro, de 8 anos, a fazer a lição de casa. "Com isso, sobra pouco tempo para atividades que homens geralmente gostam de fazer, como sair para tomar uma cervejinha com os amigos e jogar futebol", diz Rafael. "No início foi difícil me acostumar porque, enquanto meus amigos e colegas de trabalho saíam, eu tinha que dar uma de babá", diz. Não raro, Rafael fica cuidando das crianças enquanto a esposa vai a alguma festa de casamento ou aniversário de parentes ou amigas. "Tive de me adaptar, até porque é uma condição básica imposta pelos casamentos modernos", resigna-se Rafael.

Ordem natural? O pensamento de extração feminista atribui o desconforto dos homens nos cuidados com os filhos a aspectos culturais originados do machismo patriarcal. Por esse argumento, os pais não conseguem ter a mesma delicadeza, afetuosidade e disponibilidade que as mães simplesmente porque não se despem dos valores que lhes foram inculcados e que continuam a ser reproduzidos nas diferentes esferas da vida social. Não foram educados para cuidar de crianças e não encontram respaldo no ambiente de trabalho para ser pais participativos. Tudo isso é, em parte, verdadeiro. Meninos são ensinados a manter-se longe de bonecas, e é mais fácil para uma mãe do que para um pai convencer o chefe de que precisa sair mais cedo para levar o filho ao médico. Pais como Paulo de Queiroz Silveira, do Rio de Janeiro, que trabalha em casa e pode passar boa parte do dia com as crianças, frequentemente ouvem a pergunta "Onde está a mãe deles?", quando estão com os filhos no shopping ou vão sozinhos às reuniões na escola. Chegamos, então, à "ordem natural". Por mais que as pessoas acreditem na versão politicamente correta da paternidade, o fato é que a maioria estranha quando os homens desempenham tarefas tradicionalmente maternas. Isso é errado? Não. "As regras sociais e culturais não surgem do nada. Elas têm uma origem biológica", diz o psicólogo evolutivo americano David Barash, da Universidade de Washington.

ADEUS, FUTEBOL


Quando era solteiro, o contador Lucimário Mota, de 34 anos, de Salvador, não abria mão das partidas de futebol com os amigos. Sua então namorada, Rosana Alves Mota, o trancava em casa para que ele não a deixasse só nas manhãs de sábado. Lucimário pulava a janela para ir ao jogo. Há seis meses, no entanto, ele não aparece para disputar uma partida. "Dei um tempo para acompanhar os últimos meses de gravidez da Rosana e agora estou ajudando em casa", diz. Lucimário troca as fraldas da filha, Maria Fernanda, e a leva para tomar banho de sol todas as manhãs. Quando a empregada está de folga, ele cozinha, limpa a casa e cuida da louça. "Até tento convencê-lo a voltar a jogar bola, mas ele não quer", conta Rosana.

Entre as características tipicamente masculinas que, em geral, são deixadas de lado quando se tenta cuidar de uma criança com a mesma dedicação de uma mãe, estão a autonomia, o gosto pela competição e a agressividade. A perda de virilidade experimentada pela maioria dos homens que se põem a realizar trabalhos associados a mulheres tem bases químicas. Experiências de laboratório mostram, por exemplo, que os níveis de testosterona no organismo caem quando o homem segura uma boneca nos braços. O efeito é o mesmo de quando o marmanjo embala um bebê de verdade. O hormônio masculino por excelência é aquele que, entre outras coisas, proporcionava aos machos humanos, nos tempos das cavernas, o ímpeto de caçar, acasalar-se – e dar uma bordoada na cabeça do inimigo.

Faz sentido, portanto, que a evolução tenha moldado o organismo do homem de forma tal a diminuir os níveis de testosterona na presença de crianças – não só as suas, como as de outros. Do contrário, eles representariam sempre um perigo para aqueles serzinhos adoráveis – e gritadores, e chorões, e... irritantes. Um estudo feito por antropólogos da Universidade Harvard indica que os níveis do hormônio em homens casados são, em média, mais baixos do que em solteiros. E, entre os casados que passavam todo o tempo livre com a mulher e os filhos, sem dar chance à cerveja com os amigos, a quantidade era ainda menor. A descoberta reforça a tese de que o natural para um homem é ser provedor e protetor – não um trocador de fraldas.

O psicólogo David Barash explica que o envolvimento do pai com os filhos é proporcional ao grau de certeza que o macho tem de que a prole carrega seus genes. É o contrário do que ocorre com as mulheres. A não ser nas novelas de televisão, elas jamais têm dúvida de que deram à luz aquele filho. "Em termos evolutivos, esse fato serviu para estreitar ainda mais a ligação entre mães e sua descendência", diz Barash. "Prova disso é que não há uma única sociedade em que os homens se dedicam a cuidar mais das crianças do que as mulheres." Tal especificidade também esclarece por que a natureza reservou às mulheres, e não aos homens, a capacidade de produzir leite. Se fosse o contrário, os homens poderiam ver-se na situação de amamentar os filhos dos outros (ou de recusar-se a fazê-lo caso descobrissem o engodo). Só o sexo que investiu nove meses na gestação e não questiona se o rebento é seu poderia ter uma função tão essencial quanto a de alimentá-lo nos primeiros anos de vida – garantindo, desse modo, a continuidade da espécie. O trato com as crianças, segundo a ordem natural, também diferenciou homens e mulheres quanto a outros aspectos. Centenas de milhares de anos acalentando e dando atenção a indivíduos que não se expressam verbalmente – os bebês – conferiram a elas capacidades cognitivas superiores às dos homens. Daí a vantagem feminina na compreensão da linguagem corporal. Já o homem, menos preso a laços afetivos familiares, se tornou mais apto para tecer alianças externas. Por esse motivo, os pais têm mais medo do que as mães de ver sua vida social reduzida com a chegada de um filho.

OBRIGAÇÃO E PRAZER


Para o gerente de computação Celso Boniglia, de 44 anos, de São Paulo, a adaptação às novas exigências da paternidade não aconteceu com naturalidade. Foi preciso insistência da mulher e muito esforço próprio. "Cuidar das crianças, para mim, é um misto de obrigação e prazer", diz Celso, pai de Vinícius, de 11 anos, e Felipe, de 7. Além de cobrar ajuda, a mulher quer o marido sempre por perto. Quando Vinícius era pequeno, ambos acordavam no meio da noite para a amamentação. Depois, Celso foi liberado dessa exigência



Evidentemente, não se trata de propor que os pais modernos voltem a se comportar como na idade da pedra. "O que não se pode é exigir que eles assumam o papel das mães", diz o psicólogo americano Aaron Rochlen, da Universidade do Texas, autor de um estudo sobre homens que se tornaram donos de casa. Uma maneira de incorrer nesse erro é esperar que o pai tenha sobre a criança a mesma influência afetiva e psicológica que a mãe. A ideia de que ele pode ter esse papel costuma ser difundida de modo inconsequente desde os cursos de gestantes para casais. O austríaco Sigmund Freud, o pai da psicanálise, considerava que no início de sua vida a criança percebe a mãe como um ser todo-poderoso, numa relação que não dá espaço para mais ninguém. Apenas depois de alguns meses do nascimento, o bebê consegue identificar a existência de um terceiro indivíduo – o pai – que disputa sua atenção com a mãe. No papel de "o outro", é o pai quem estabelece o vínculo da criança com o mundo externo e lhe permite ganhar independência da mãe. O pai é essencial na formação sexual da filha, por revelar a diferença, e do filho, por confirmá-la. Pais obrigados a agir como mães podem desequilibrar essa equação.

PAPAI TOTAL
O consultor de marketing Paulo de Queiroz Silveira, de 55 anos, do Rio de Janeiro, trabalha em casa e por isso é ele quem mais convive com Maria, de 17 anos, e João, de 15, desde que eles eram bebês. Isso lhe deu uma habilidade com crianças que causa estranheza em algumas pessoas. Certa vez, ele se ofereceu para ajudar uma mãe cujo bebê não parava de chorar. Paulo pegou a criança no colo e a acalmou. "A mulher me perguntou: ‘Tem certeza de que você é homem?’"




Os homens não são fisicamente adaptados para cuidar dos filhos com a mesma desenvoltura que as mulheres, mas estão sendo cobrados insistentemente para sê-lo, como se isso fosse... natural, volte-se a dizer (esta reportagem, aliás, deverá causar grande indignação entre as feministas). Como nem sempre conseguem atender à exigência, são criticados ou tratados com condescendência. O resultado é frustração: o homem ingressa na paternidade disposto a ser participativo, mas se sente um inútil quando não dá conta do recado. "Quando vai dar banho em nossa filha recém-nascida, meu marido a deixa escorregar. Por isso, eu fico sempre por perto, só vendo no que vai dar", diz a professora mineira Cláudia Santos, de 36 anos, mulher do publicitário Rafael Castro. Pois é. "As mulheres lutaram para conquistar seu espaço no mercado de trabalho e agora batalham para que os homens dividam as tarefas domésticas e o dia a dia com os filhos. A contradição é que elas parecem querer a ajuda de um clone de si próprias, não de um marido que faz as coisas dentro de suas limitações", diz a terapeuta de casais Magdalena Ramos, de São Paulo. "Não é de estranhar que eles se sintam falhos."

As mulheres batalharam para ter liberdade e igualdade. Mas, quanto à fraternidade com os homens, convenhamos... Não exija tanto do paizão, mamãe.




2010/03/21

Sexualidade na infância

A reação da grande maioria dos adultos depois que seu filho faz perguntas do tipo "Como eu nasci?" ou "Como o meu irmãozinho foi parar dentro da sua barriga?" e mesmo quando "flagramos" a criança brincando com os seus órgãos genitais é de surpresa e, em alguns casos, de constrangimento.

Os valores culturais e morais, ainda que diferentes e mais abertos do que anos atrás, ainda nos remetem infância à pureza e inocência. Crianças são puras e inocentes no sentido de que quando brincam de médico ou tocam suas partes íntimas não tem idéia de libido e sexo como os adultos, apenas estão se descobrindo e sentindo prazer no que fazem. São os adultos que erotizam as atitudes da criança, dando um sentido distorcido, proibido e, por vezes, sujo. Essa não é a melhor maneira de lidar com a sexualidade infantil. E para lembrar, sexualidade não é sexo.

A criança desde que nasce está desenvolvendo a sexualidade. Começa pelo desejo e prazer de se alimentar, de descobrir os pezinhos e as mãos e levar tudo à boca. Quando começa a se distinguir do outro, descobre as diferenças entre homens e mulheres e meninos e meninas, brincando até com os órgãos sexuais do coleguinha. Tudo naturalmente, dependendo da atitude dos pais diante dessas descobertas. Caso os pais vejam a criança acariciando seu órgão genital na frente de outras pessoas, ao invés da bronca, diga para seu filho que isso é um ato íntimo e não pode ser feito na frente de outras pessoas ou simplesmente chame-o para brincar de outra coisa.
Como agir - Se for brincadeira com outro coleguinha da mesma idade, deixe passar e converse sobre o assunto depois ou peça para que eles parem a brincadeira, pois o papai ou a mamãe precisam de ajuda, sem soar como recriminação. Brincadeiras com crianças da mesma idade não há perigo, o problema haverá quando uma criança for muito mais velha que a outra, dando outro sentido à brincadeira. Já uma masturbação excessiva é significativa de alguma alteração emocional. Procure um profissional para melhor avaliação e orientação tanto para a criança quanto família.

Agora, diante de perguntas que peguem papai e mamãe de "calças curtas", o ideal é responder até onde a curiosidade da criança alcança. Informações de menos levam a criança satisfazer a curiosidade em lugares muitas vezes inadequados. Informações de mais, como uma aula completa sobre como o irmãozinho foi parar dentro da barriga da mamãe podem fazer confusão na cabecinha da criança ou mesmo super estimular seu filho. Para começar a responder qualquer pergunta do seu filho, responda com outra pergunta para saber até onde a curiosidade chega. Por exemplo: se a pergunta for como os bebês vão parar dentro da barriga, pergunte a ele como ele acha que os bebês chegam nela. E então comece a sua explicação. Já as mentiras contadas pelos pais farão com que as crianças não confiem mais na relação e a conversa sobre sexualidade seja um canal fechado, tendo como conseqüência mais tarde uma gravidez indesejada ou mesmo vergonha de falar sobre um abuso sexual.

Abuso sexual é outro motivo para que se fale sobre sexualidade desde pequeninos. Já se pode explicar para crianças de até três anos sobre as partes do corpo e que adultos não podem acariciar certas partes. Mesmo orientar brincadeiras com crianças da mesma idade e não com crianças mais velhas. Tudo o que é passado para as crianças com transparência e naturalidade, sem preconceitos e mentiras, é desenvolvido da melhor maneira sem traumas ou conseqüências.

Dicas
Se a criança pedir para tocar sua parte íntima deixe, se ficar à vontade. Se não, explique que não gosta e por isso não quer ser tocado. Essa é uma boa hora de explicar para a criança sobre carícias de outros adultos e crianças.

Não precisa contar toda a verdade para a criança, mas tudo o que você contar tem que ser verdade.
Livros educativos são muito úteis para ajudar papai e mamãe nessa hora.

Fonte: guia do bebê Uol

2010/03/15

Banda Larga - Justiça acolhe pedido do Idec

Anatel volta a ser ré na ação sobre velocidade de banda larga

Justiça Federal acolhe o pedido do Idec e dá continuidade à ação movida pelo instituto, que inclui empresas de telefonia. O Tribunal Regional Federal (TRF) deferiu hoje(11/mar), em caráter preliminar, o recurso do Idec contra a decisão da 6ª Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo, que excluía a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) da Ação Civil Pública (ACP) sobre a oferta da velocidade de banda larga conforme a oferta, ajuizada pelo Instituto. O Desembargador Lazarano Neto definiu que a Anatel deve permanecer até o julgamento final do recurso como ré na ação, que também envolve a Telefônica, Net São Paulo, Brasil Telecom e Oi.
 
A decisão também permite o andamento da ação pela Justiça Federal em primeira instância, como proposto pelo Idec. Agora, o Instituto aguarda a decisão sobre o pedido de liminar, que define como medidas emergenciais o veto à publicidade enganosa e a possibilidade de rescisão de contrato, sem multa, por parte do consumidor em caso de má prestação de serviço.

A ação
Em 15 de janeiro o Idec ajuizou a ACP contra as empresas e a Anatel para fazer cumprir o direito à informação, um dos pilares do CDC, já que o que vinha ocorrendo era a divulgação massiva de propagandas enganosas sobre a qualidade e a eficiência dos serviços de banda larga.

Um teste feito pelo Idec em parceria com o Comitê Gestor da Internet (CGI) em 2008 constatou que as empresas não entregam a velocidade prometida. No caso da Net, por exemplo, em vários horários a capacidade de transmissão de dados não passou de 40% do que foi contratado.

Para piorar, todas as operadoras expressam em seus contratos que "fatores externos" podem influenciar na velocidade de conexão, numa clara tentativa de se eximir da responsabilidade pela qualidade do serviço. No entanto, a prática é absolutamente ilegal, segundo o artigo 51 do CDC, que declara nulas as cláusulas contratuais que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor pela qualidade do serviço.

Além do teste, uma enquete realizada no site do Idec em dezembro do ano passado revelou que 85% dos usuários acham que a velocidade da sua internet não corresponde ao que foi contratado.

Como aponta Maíra Feltrin, a velocidade é o principal chamariz da venda do serviço de banda larga em uma publicidade. "A expectativa legítima do consumidor no momento da contratação é obter o acesso à internet da forma como foi anunciado", destaca. "Qualquer alteração nessas condições será causa de frustração e, portanto, de violação do princípio de boa-fé objetiva. Além de caracterizar publicidade abusiva e prática contratual ilícita", completa a advogada.

Por isso, o Idec requer que as empresas garantam a velocidade de banda larga anunciada em publicidade, no contrato ou em qualquer outro tipo de oferta. A ação pede ainda que o consumidor pague proporcionalmente à velocidade entregue de fato, e que seja garantida a possibilidade de rescisão contratual sem multa em caso de descumprimento da oferta ou má prestação do serviço.

2010/03/14

Brinquedo de menino ou menina

Não existe brinquedo de menino ou menina.

Se a sua filhota já pediu um carrinho de presente ou se você já flagrou o seu filho brincando com a boneca da irmã, não se assuste! É normal que os pequenos queiram experimentar aqueles brinquedos que, teoricamente, não são apropriados para eles.

A questão é que isso tudo vai muito além de uma simples brincadeira: envolve a sexualidade da criança. E os pais e educadores devem saber como lidar com essas situações para não prejudicar a formação dos pequenos.

É muito comum ver pais reprimindo a vontade de seus filhos. Se uma menina gosta de jogar futebol ou está sempre brincando com moleques, isso não significa que ela vai se tornar uma mulher masculinizada, ou no caso inverso, que o menino vai ficar afeminado.

Quando a criança age assim, ela está apenas descobrindo algo novo, explorando, e isso faz parte do desenvolvimento natural deles.

Na educação sexual, os pais devem sempre se policiar para não autorizar ou proibir brincadeiras e atitudes baseados em “coisas de menina e coisas de menino”. Do mesmo modo, determinar que elas devem usar rosa e eles azul, está totalmente ultrapassado, segundo alguns psicanalistas. Eles acreditam que isto é apenas uma questão de gênero. Afinal, quem determinou que deveria ser desta forma?

As crianças devem, claro, ser orientados pelos pais. Mas é essencial que tenham livre arbítrio para fazer suas escolhas. Essa diferença na criação de meninos e meninas só cria uma expectativa nos pequenos quanto ao papel que devem assumir e impede que se desenvolvam normalmente.

Os adultos devem lembrar que meninos e meninas têm algumas diferenças, mas têm inúmeras semelhanças. Há muitos tabus em torno disso que precisam ser quebrados. Um deles, é que menino não deve chorar.

Em primeiro ligar, é preciso que os adultos compreendam que essa história que “meninas devem ser deste jeito e meninos daquele”, nem sempre é verdade. E essa mesma idéia deve ser transmitida para seus filhos, para que eles aprendam a conviver juntos e aceitar as pequenas diferenças.

Para quem precisa de uma ajuda reforçada para entender e aceitar as diferentes entre garotos e garotas, uma boa leitura é o livro Menino brinca de boneca?, de Marcos Ribeiro. Ele é dedicado à reeducação das crianças e aos seus papéis na sociedade, em função de seus sexos.

Fonte: Paula Ramos Franco - guia do bebê Uol

2010/03/11

Alimentando beija-flor e outros pássaros

É comum as pessoas comprarem um bonito bebedouro, encher de água com açúcar, instalar num local propício e, ao invés de beija-flores, atrair um monte abelhas! Este e outros problemas realmente podem ocorrer com os bebedouros.

Outro problema bem comum é a fermentação da mistura, que pode até provocar doenças nos pássaros. Mas é possível evitar estes problemas: As abelhas geralmente atacam os bebedouros quando a água está muito doce, ou seja, quando exageramos mesmo na quantidade de açúcar.

Segundo o biólogo Francisco de Assis Néo, da Coordenadoria de Fauna e Flora Silvestre do Ibama, o ideal é usar uma solução fraca de açúcar ou mel (uma colher de sobremesa para cada 200 mililitros de água), ou seja, 1 parte de açúcar comum para cada 4 partes de água. De preferência ferva a água, adicione o açúcar e dissolva completamente. Espere esfriar bem e coloque no bebedouro. Não guarde a mistura para usar outro dia.

Outra regra é trocar a água diariamente para evitar acúmulo de sujeira e fermentação. É que fungos e bactérias surgem com a fermentação decorrente do uso do açúcar ou mel. O tempo que esse alimento fica no bebedouro leva à fermentação, que provoca problemas no bico do pássaro.

Recomenda-se, portanto, lavar todas as partes do bebedouro com água e sabão, se possível todos os dias, e enxaguar bem. Uma vez por semana, deve-se fazer uma lavagem mais intensiva, colocando o bebedouro de molho numa solução de água sanitária e enxaguar bem para eliminar odores e resíduos, e retire a sujeira com uma escovinha.

Trocar a água doce todos os dias é o melhor conselho. Não é preciso colocar muita água: é melhor colocar um pouco todos os dias, do que encher o bebedouro. Seguindo a risca todas estas dicas não há como dar errado. Desse modo você encherá o seu jardim de beija-flores o ano inteiro, e seus vizinhos vão morrer de inveja!

2010/02/28

Brincar - coisa de criança


Você sabe realmente o que significa e qual a real importância do "brincar" para uma criança?
Veja os erros mais comuns que podemos cometer a respeito e dicas de como evitá-los:

Pensar que brincadeira é perda de tempo:
É através das brincadeiras e do faz-de-conta que a criança aprende e compreende as regras de convívio social, desenvolve habilidades motoras, aprende a lidar com sentimentos e se preparam para a vida adulta. Na agenda da criança, ao lado das aulas de natação, música, dança, lutas...deve haver espaço para BRINCAR!

Querer ensinar o jeito certo de brincar:
Deixe a criança soltar seu lado criativo. Se na brincadeira de casinha o cachorro de pelúcia vai ser a mãe e o telefone é a tampa da panela, qual é o problema???? Alguns jogos têm regras pré-estabelecidas (damas, xadrez) que presisam ser ensinadas por um adulto, mas as crianças podem criar suas próprias regras. Ela também pode tentar montar um quebra-cabeça de modo errado, se o adulto corrige a todo momento a criança perde a oportunidade de aprender a errar e a brincadeira se transforma em uma relação formal.

Comparar o desempenho:
Respeite o ritmo da criança, se ela ainda não faz o que o coleguinha já consegue fazer, logo vai aprender! Tentar acelerar a aprendizagem da criança pode prejudicá-la. Uma forma de ajudar a criança, sem exigir demais é propor desafios e oferecer novas possibilidades de exploração para determinado brinquedo, se a criança desistir é porque chegou no seu limite.

Superproteger:
Cuidado em demasia pode prejudicar a autonomia da criança. O importante é ficar atento à elas para evitar acidentes, mas sem podá-las.

Ser Sexista:
Boneca é de menina, carrinho é de menino. Por quê? Será que menino não pode ser pai? E menina, não vai poder dirigir? Então qual é o problema?

Intervir nos conflitos:
Tá brigando, discutindo? Se não tem violência deixa rolar! A criança precisa aprender a desenvolver o auto-controle, a negociar. Claro que quanto maior a criança, mais facilidade em se expressar, depois você pode ajudá-la a refletir sobre a situação. Se houver agressão física o adulto deve intervir, mas atenção: pode ser apenas parte de uma brincadeira... Bater no amigo não pode, mas brincar de luta pode indicar uma leitura crítica que a criança faz de determinado assunto. Se a criança estiver muito violenta, pode estar reproduzindo o que vê.

Texto adaptado de matéria publicada no Caderno Equilíbrio da Folha de São Paulo 11/10/2007.