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2011/04/02

Bondade demais pode esconder problemas de autoestima

Você não precisa ser um anjo para ser uma boa pessoa. Dizer não também é necessário

Estar sempre disponível, ser muito solícito e conhecido como bonzinho pode ser ótimo para os beneficiados de tanta generosidade, mas e para si mesmo? Esse comportamento pode esconder o medo intenso de desagradar o outro. “É do desejo de contentar todo mundo que nascem as decepções com a família, com os amigos, companheiros ou colegas de trabalho”, avisa a consultora em desenvolvimento humano e terapeuta holística Eliana Barbosa, de São Paulo. 


Sempre pronta para ajudar, a professora Ana Paula Guaraci, de 31 anos, é tida como o anjo da guarda do bairro paulistano onde mora. Auxilia crianças com deveres de casa, dá carona para quem precisa, acompanha vizinhos idosos a consultas médicas... Isso faz dela muito conhecida e querida. No entanto, ultimamente, ela não está muito feliz com isso.

“Eu gosto de ajudar, mas detesto me sentir usada. E isso já me aconteceu duas vezes, ao emprestar dinheiro e não recebê-lo de volta no prazo combinado”, lamenta. “Acho que muita gente não está acostumada com a bondade e acaba abusando. Tenho dificuldade em recusar um pedido, mas, sinceramente, cansei de abrir mão de algumas coisas em nome do próximo.”

Assim como Ana Paula, é comum encontrar pessoas que se sintam sufocadas diante das demandas alheias. A sensação é ainda pior quando não há uma troca (que seja um elogio, um gesto de carinho ou uma retribuição, quando necessária) e percebem que a própria vida está sendo negligenciada pela preocupação excessiva com os problemas alheios.

A psicóloga cognitivo-comportamental Mara Lúcia Madureira, de Rio Preto (SP), destaca que as pessoas solícitas ao extremo talvez ajam assim por temerem críticas e reprovações. “O papel de bonzinho é uma estratégia inconsciente para aliviar sentimentos negativos, resultantes da crença pessoal de que são pessoas más, indignas ou incapazes”, completa.



Embora existam homens com tal perfil, esse tipo de comportamento é mais comum nas mulheres, por questões culturais. “Desde a infância, as mulheres são treinadas para serem certinhas, boazinhas, bonitinhas. Precisam agradar todo mundo. Isso fica tão arraigado no inconsciente feminino que, na vida adulta, cada não que as mulheres dizem vem carregado de uma inexplicável culpa”, afirma Eliana.
De modo geral, a origem desse comportamento vem da infância. “A criança aprende que, se não for boazinha, ninguém irá gostar dela e não irá para o céu. Os conceitos são assimilados como verdades incontestáveis, integrados ao medo e gravados na memória”, diz Mara Lúcia. “Para evitar o temor de não ser amada ou de arder no inferno, a criança se comporta de acordo com as expectativas dos adultos, sendo, então, gratificada ou poupada de castigos”,completa a psicóloga, que afirma que isso se reflete na vida adulta.
Quem se coloca sempre disponível pode, inconscientemente, querer fugir dos próprios problemas, ao assumir os dos outros. “Mas acredito, também, que são pessoas carentes afetivamente, que ficam agradando os outros numa forma inconsciente de serem agradadas. Porém, o que recebem em troca, infelizmente, é a ingratidão, pois, geralmente, as pessoas não dão valor a quem não se valoriza”, salienta Eliana.
Equilibre-se (e diga não!)
Thinkstock
O segredo está em encontrar o equilíbrio. “Ser bom não é defeito. Porém, os bons também dizem não. Quem é bonzinho demais prejudica a si mesmo, pois muitas vezes acaba ajudando pessoas que não merecem ou que abusam”, opina Silmar Coelho, doutor em psicologia e liderança pela Universidade Oral Roberts, em Tulsa (EUA). “Ainda assim, é melhor ser bom do que se fechar para as pessoas. Mas com equilíbrio”, reitera.
Para a psicóloga Luiza Ricotta, de São Paulo, a insatisfação nos relacionamentos ocorre se há um desnível entre um e outro; quando a pessoa dá mais do que recebe. “Sendo assim, o vínculo não é saudável e alguém se sente usado. As pessoas precisam ser felizes nos relacionamentos! Não há porque manter relações desniveladas”, afirma a psicóloga. Vencer o medo de dizer não, de fato, é uma tarefa difícil –mas possível. Veja alguns passos para isso:
1. Compreenda que o medo foi instalado na infância, quando você não dispunha de condições para questionar a veracidade das ameaças. As ameaças eram meras estratégias de controle dos pais
2. Críticas não representam perigos reais. São apenas opiniões. Encare-as de uma maneira mais leve, sem se preocupar tanto
3. Todo mundo tem o direito de pedir o que quiser, entendendo que o outro tem o direito de decidir se o atende ou não. Portanto, você não tem obrigação de atender
4. Você tem o direito de dizer não sem sentir culpa
5. Não transforme a passividade em agressividade. O que lhe trará equilíbrio e respeito é a assertividade. Diga não, mas com elegância
6. Compreenda que ninguém ama, respeita ou admira pessoas boazinhas ao extremo. Ao contrário: as exploram, abusam e sentem pena

Fonte: Uol - Heloisa Noronha

2011/03/27

Organize suas finanças

Organizar as finanças pode ajudar o consumidor a se livrar das dívidas e fugir da inadimplência. Cerca de 74% dos internautas que responderam à enquete do Idec estão endividados. Algumas dicas podem ajudar a evitar que se entre "no vermelho". Enquete realizada pelo Idec entre fevereiro e março deste ano apontou que mais de 74% dos consumidores estão endividados, contra somente 26% dos internautas declarando não possuir dívidas. É importante lembrar que estar "endividado" é diferente de estar "inadimplente ou, como se diz popularmente, "no vermelho". Porém, dos endividados, mais da metade (38,5%) disseram que possivelmente terão dificuldades para quitar seus débitos nos próximos meses - o que significa um grande risco de caírem nas estatísticas de inadimplência. Os outros 35,5% têm dívidas, mas acreditam que conseguirão pagar tudo dentro do prazo. Economizar e planejar são as palavras de ordem, tanto para quem deseja fugir das dívidas quanto para quem quer quitar seus débitos. Não é necessário ser radical, mas é preciso mais atenção com o orçamento doméstico. A primeira etapa começa no planejamento: é preciso fazer uma análise das despesas. Procure verificar e anotar cada gasto do mês. Nessa etapa, a planilha elaborada do Idec pode ajudar. Contabilizar os gastos é importante pois é nesse momento que o consumidor percebe quais são as despesas desnecessárias. Isso implica numa maior consciência do consumidor. Se você está endividado, comece a cortar do orçamento os gastos supérfluos (que você descobriu quais são ao preencher a planilha) e guarde o dinheiro que sobrar para pagar as dívidas. É essencial também que o consumidor comece a economizar. Ao contrário do que parece, poupar dinheiro não é tão difícil. Mudar alguns hábitos pode ajudar a guardar pequenas quantias de dinheiro que juntas podem ser a solução para quitar o débito ou ainda adquirir algum bem. Use as dicas abaixo para fazer o "check-list" da organização de suas finanças:
· Procure realizar as compras a vista, evitando parcelamentos;
· Pesquise preços e peça descontos - especialmente ao comprar à vista;
· Caso o parcelamento seja inevitável, pesquise as menores taxas de juros;
· Evite gastos desnecessários;
· Priorize o pagamento dos débitos que incidem juros mais altos - como o cheque especial e o cartão de crédito;
· Não contraia novas dívidas;
· Organize seu orçamento doméstico;
· Gaste somente 90% do que você ganha - o resto guarde. 

Fonte: Idec